Entendemos por desenvolvimento um processo de fomento de novas forças produtivas e de instauração de novas relações de produção, de modo a promover um processo sustentável de crescimento econômico, que preserve a natureza e redistribua os frutos do crescimento a favor dos que se encontram marginalizados da produção social e da fruição dos resultados da mesma.
Neste artigo de 2008, Singer afirma: Há uma contradição em marcha entre democracia e capitalismo. A democracia considera todas as pessoas aptas para serem cidadãos, pouco importa sua riqueza ou pobreza, conhecimentos ou ignorância, gênero, raça, religião ou o que seja. Por isso, o sufrágio universal iguala todos, assim como fazem todos os outros direitos universais. Por esta lógica da igualdade, a crescente diferença econômica e de poder, produzida pelo capitalismo, é uma injustiça. Pela lógica da democracia, o Estado deve assumir um papel redistribuidor, se não de renda, ao menos de oportunidades. Os impostos devem ser progressivos para que o estado tenha dinheiro para programas de redução da pobreza e da fome.
Artigo de 2009. A cultura empresarial capitalista é a liberal (ou neoliberal), que hoje prevalece no mundo, mas se confronta com as culturas do mundo do trabalho, cujo denominador comum tende a ser a economia solidária. Esta tendência se afirma cada vez mais no Brasil e em outros países da América Latina e começa a se desenvolver também na África, Ásia, Europa, América do Norte e Oceania. Na medida em que a economia solidária constitui uma proposta cultural aberta à confluência com os frutos de outras experiências históricas, de povos tradicionais de diversos continentes, religiões, línguas etc.. e dos mais jovens que já nasceram num mundo globalizado e desde cedo experimentam o choque entre culturas de classe opostas, que as conquistas cibernéticas vão difundindo, ela se torna o substrato comum das culturas do povo trabalhador de muitas latitudes.
Neste artigo escrito em 2008, Singer pergunta: Quem são os não atendidos pelo banco? São antes de mais nada os destituídos de propriedades e de rendas, empresas e consumidores em dificuldades, muitos deles necessitando apenas de mais tempo para poder saldar compromissos etc., etc.. Se mudarmos o foco das pessoas não atendidas para as classes sociais sistematicamente postas à margem pelo sistema financeiro, fica claro que estas são o operariado, o campesinato, os pequenos produtores de mercadorias, os desempregados e a variada clientela dos agiotas. Se voltarmos o foco para os depositantes, fica evidente que a grande maioria deles pertence às classes que não são atendidas enquanto candidatos a empréstimos. O dinheiro dos pobres é usado para permitir aos ricos acumular capital adicional, além das fortunas já amealhadas.